#7 Tenha sucesso: como colaborar

Mas antes de começarmos… Vale a pena notar que colaboração NÃO é a mesma coisa que cooperação.

Colaboração significa duas ou mais pessoas se apoiando para alcançar o mesmo objetivo.

Cooperação, por outro lado, significa duas pessoas ou mais se apoiando para atingir seus objetivos distintos.

Um bom exemplo de colaboração seria uma banda: um grupo de pessoas tocando instrumentos diferentes para produzir a mesma música. Todos ali possuem habilidades diferentes mas um objetivo em comum, compartilhado e em harmonia.

A colaboração é o segredo E TAMBÉM a chave para muitos negócios de sucesso e para inovações que mudam o mundo.

A colaboração requer que pessoas compartilhem o que sabem para criar algo maior e melhor do que poderiam alcançar sozinhas.

Durante milhares de anos, os seres humanos foram programados para compartilhar habilidades de sobrevivência, caçar presas maiores e construir abrigos mais resistentes para proteger melhor os conjuntos familiares.

Atualmente, apesar de não precisarmos espantar um dente-de-sabre ou construir nossas próprias casas, não somos diferentes na questão de termos habilidades que podemos combinar com outros para alcançar um propósito comum. Quando fazemos isso, nos tornamos mais fortes, mais sábios e mais resistentes.

Para colaborar bem precisamos estar abertos a novas ideias, novas oportunidades e formas de se fazer coisas. Precisamos ser capazes de COMPARTILHAR.

“Se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, VÁ ACOMPANHADO.” Provérbio africano

Quão longe você quer chegar?

Dr. Roger Kneebone (kneebone = osso do joelho, que nome propício!) é médico e professor no Imperial College em Londres. O Dr. Kneebone também é famoso por suas colaborações inusitadas e criativas para resolver problemas. Uma delas é o seu trabalho com o famoso alfaiate inglês, Patrick Grant.

O doutor estava preocupado sobre seus pacientes que sofriam com a recuperação das cicatrizes das cirurgias. Essas cicatrizes podiam ser dolorosas e demorar muito para sarar. Particularmente, o Dr. Kneebone notou que vários problemas eram causados pelos pontos ruins que os cirurgiões davam. Era evidente que os cirurgiões estavam tão focados no procedimento médico que a habilidade de dar pontos direito, ou simplesmente bem, não era questionada.

O doutor então se virou para o grande alfaiate Patrick Grant, que concordou em colaborar com um grupo de cirurgiões para desenvolver novas técnicas de dar pontos. A colaboração de alfaiate e cirurgião resultou em pontos mais ágeis, mais certos e melhores, resultando em pacientes se recuperando mais rápido, precisando de menos analgésicos e com menos cicatrizes.

Se você pudesse escolher entre um cirurgião que entende os benefícios de dar pontos corretamente e sabe fazê-lo, e um que apenas vai tentar dar o melhor que pode, qual você escolheria?

Por vezes é necessário olhar para além das suas experiências e expertise para melhorar algo ou resolver um problema. A colaboração criativa significa ficar atento e receber novos e por vezes surpreendentes colaboradores.

Saiba mais sobre o professor Roger Kneebone e suas colaborações brilhantes.

Hoje em dia, a grande complexidade e o aumento do número de perguntas que precisam de respostas estão nos forçando a colaborar, especialmente na ciência, onde projetos precisam de mais conhecimento que qualquer indivíduo por si só possui.

Nosso primeiro exemplo de uma colaboração de grande sucesso são os 12 estados membros e cientistas fundadores que criaram o CERN (Conselho Europeu para Pesquisas Nucleares), uma das mais duradouras e bem-sucedidas colaborações na história da ciência.

Compartilhando ideias, conhecimento e custos por décadas, hoje a Europa ainda domina o campo de física atômica. E não é só isso que o CERN já fez… Que tal a World Wide Web (o “www”)?

Enquanto trabalhava no CERN, o cientista da computação inglês Tim Berners-Lee teve essa ideia em 1989 para ajudá-lo a se comunicar e colaborar de forma mais eficiente com colegas. Pulando para o dia de hoje, a Internet é o cerne de boa parte das nossas vidas, tanto em casa quanto no trabalho, no mundo todo.

Também estamos usando colaboração passada e presente para ajudar a prever o nosso futuro.

Uma “mentalidade de colmeia” descreve a colaboração em massa entre muitas pessoas trabalhando juntas para resolver ou abordar um problema.

Cada dia, pelos últimos 200 anos, os capitães do mar no mundo todo registraram o clima e a temperatura dos mares em seus registros. Esse conhecimento vasto e inexplorado é agora o foco de um esforço massivo de colaboração por cientistas, apoiado pelo público em geral. Voluntários estão rastreando registros de navios em arquivos, bibliotecas e coleções privadas para agrupar dados climáticos e de temperatura do mar em um banco de dados gigantesco. Posteriormente, os cientistas vão utilizar o banco de dados para ajudar os oceanógrafos de hoje a mapear e medir as mudanças nas temperaturas dos mares à medida que nosso clima esquenta.

Descubra mais sobre a mentalidade de colmeia responsável pelo banco de dados da temperatura dos mares.

O propósito compartilhado não é apenas para humanos

Os pássaros tecelões são a nossa inspiração aqui na Micro Oiseau. Encontrados na África do Sul, esses pequenos pássaros alcançam a força e proteção em grupo em números por meio da construção colaborativa de ninhos comunitários gigantes. Similar aos nossos prédios, os ninhos tem muitos andares e “quartos” de tamanhos diferentes, protegendo os pássaros de predadores, bem como do sol escaldante e das temperaturas baixíssimas das noites geladas. Mantido regularmente pelos pássaros, os ninhos oferecem lares seguros e felizes para gerações.

A colaboração verdadeira significa todo mundo sair ganhando

Nos invernos magros, lobos e corvos colaboram para garantir que todos sejam alimentados. Observando a região do alto, os corvos podem encontrar com maior facilidade a presa dos lobos. Assim que encontram, voam para perto e começam a coaxar alto. Os pássaros, na verdade, estão guiando os lobos para a próxima refeição. E em troca os lobos aparecem felizes para que os corvos se alimentem das carcaças que deixam para trás, sendo tolerantes com a presença deles nas caças.

Habilidades diferentes significam abordagens diferentes com um único objetivo: a sobrevivência

A tarântula encontrada na Colômbia da espécie Xenesthis immanis pode facilmente comer um animal pequeno como o sapo Chiasmocleis ventrimaculata, mas não come. Na verdade, a aranha gigante e o sapinho ficam felizes em compartilhar a mesma casa. Essa disposição doméstica peculiar se desenvolveu porque os predadores que comem os sapinhos não ousam entrar no buraco de uma grande aranha caçadora. Protegido do ataque por causa da presença da aranha, o sapinho se alimenta de besouros e formigas que são atraídas pelas caças da aranha, incluindo os que comem os ovos das aranhas. Então, contrário a uma teoria anterior de que o sapo era o lacaio da aranha, ele por outro lado está protegendo a próxima geração dessas tarântulas colombianas que, em troca, dão um lar seguro para a próxima geração de sapinhos.