#7 Ser Bem-sucedido: como colaborar
A colaboração consiste em duas ou mais pessoas a trabalharem juntas, para um objetivo comum. Quando colaboramos, estamos a criar, a melhorar e a resolver problemas e, na maior parte das vezes, fazemos isto mais depressa e melhor do que se o fizéssemos sozinhos.
Neste guia, exploramos exemplos de ótima colaboração, as lições que podemos aprender e fazemos a contagem crescente de dez dicas de topo sobre como colaborar de forma bem-sucedida.
“Nenhum de nós é tão esperto quanto todos nós.” Kenneth Blanchard
Antes de começarmos… Vale a pena notar que a colaboração NÃO é a mesma coisa que a cooperação.
Colaboração significa duas ou mais pessoas a apoiarem-se mutuamente para alcançarem um objetivo comum.
A cooperação, por outro lado, significa duas ou mais pessoas a apoiarem-se mutuamente para atingirem os seus objetivos individuais.
Um bom exemplo de colaboração seria uma banda: um grupo de pessoas a tocar instrumentos diferentes para produzir a mesma melodia. Todos os membros têm competências diferentes, mas existe um único objetivo, que é partilhado e harmonioso.
O segredo E TAMBÉM a chave para muitas empresas de sucesso e para a inovação capaz de mudar o mundo estão na colaboração.
A colaboração é uma forma de pensar
Vamos explorar a colaboração. Descubra os benefícios que traz, e como pode colaborar para aumentar as suas possibilidades de ser bem-sucedido!
Por vezes, a colaboração flui bem, sem esforço. Por vezes, pode ser frustrante. Por vezes, é dececionante, porém, sem colaboração, não teríamos o estilo de vida, a cultura e a tecnologia de que desfrutamos hoje.
Sem colaboração, inúmeras grandes ideias e invenções não teriam levantado voo. A Micro Oiseau nasce de uma colaboração. Foi necessário o talento de muitas pessoas, unidas por um único objetivo, para poder estar a ler isto hoje. Estamos aqui para apoiar o seu sucesso. E, ao ler e partilhar os nossos guias, você é uma parte importante de nós.
Os humanos estão programados para colaborar
A colaboração exige que as pessoas partilhem o que sabem para criarem algo maior e melhor do que poderiam alcançar sozinhas.
Ao longo de vários milhares de anos, os seres humanos têm estado programados para partilhar competências, para conseguirem sobreviver; para caçar presas maiores e construir abrigos mais sólidos, para melhor protegerem grupos familiares.
Hoje em dia, ainda que já não precisemos de nos defender de um tigre-dentes-de-sabre nem de construir as nossas próprias casas, não somos diferentes, na medida em que todos temos competências que podemos combinar com as de outras pessoas, para alcançarmos um objetivo comum. Quando o fazemos, tornamo-nos mais fortes, mais sábios e mais resilientes.
Para uma boa colaboração, precisamos de estar recetivos a novas ideias, novas oportunidades e novas formas de fazer as coisas. Precisamos de ser capazes de PARTILHAR.
“Se queres ir depressa, vai sozinho. Se queres ir longe, VAI ACOMPANHADO.” Provérbio africano
Até onde quer ir?
Esteja recetivo às oportunidades
“Seguir um plano é bom para o progresso. A oportunidade, contudo, costuma estar para lá do plano.” Simon Sinek
Estar recetivo e curioso quanto a tudo e todos significará que é muito mais provável que descubra uma grande oportunidade. Também é frequentemente verdade que estas oportunidades surgem de lugares inesperados, incluindo o excelente exemplo de uma colaboração bem-sucedida entre a medicina e a moda que se segue.
O Dr. Roger Kneebone (como o nome sugere!) é médico e professor do Imperial College, em Londres. O Dr. Kneebone também é conhecido por se envolver em colaborações invulgares e criativas para resolver problemas. Uma destas colaborações tem sido o seu trabalho com Patrick Grant, o famoso alfaiate inglês.
O Dr. Kneebone estava preocupado com os pacientes que estavam a ter dificuldades em recuperar das feridas cirúrgicas. O processo de cicatrização destas feridas podem ser lento e doloroso. Em particular, o Dr. Kneebone reparou que uma má sutura por parte dos cirurgiões causava muitos problemas. Era evidente que os cirurgiões estavam tão concentrados no procedimento médico que a sua capacidade de coser habilmente, ou bem, de todo, não era questionada.
O Dr. Kneebone recorreu a Patrick Grant, especialista em alfaiataria, que concordou em colaborar com um grupo de cirurgiões, com vista a desenvolver novas técnicas de sutura. Da colaboração do alfaiate e do cirurgião resultou uma forma de suturar mais rápida, mais hábil e melhor, o que levou a uma recuperação mais rápida por parte dos pacientes, que necessitaram de menos analgésicos e ficaram com menos cicatrizes.
Se pudesse escolher entre um cirurgião que compreendesse os benefícios de uma sutura perfeita e que soubesse coser, e um que se limitasse a dar o seu melhor, qual escolheria?
Muitas vezes, é necessário olhar para fora da sua experiência e conhecimento especializado para melhorar algo ou resolver um problema. A colaboração criativa significa estar atento e acolher colaboradores novos e, por vezes, surpreendentes.
Saiba mais sobre o Professor Roger Kneebone e as suas colaborações reveladoras.
Uma mente colaborativa é curiosa e democrática.
Pergunte a si próprio: “Como podem as competências que partilho ser utilizadas para resolver um problema?”
Uma boa colaboração leva à melhoria
Uma ótima colaboração leva à inovação
“Vou pôr-lhe milhares de canções no bolso.” Steve Jobs
Produtos novos como o primeiro iPod, ou novas estruturas empresariais como a UBER, não se limitam a melhorar a forma como fazemos as coisas: mudam-nas para sempre.
Hoje em dia, a complexidade e o número crescente de perguntas que precisam de respostas obrigam-nos a colaborar, especialmente no âmbito da ciência – uma área onde os projetos requerem mais conhecimentos do que um único indivíduo pode possuir.
O nosso primeiro exemplo de colaboração extremamente bem-sucedida são os doze estados membros fundadores e os cientistas que estabeleceram o CERN (Conselho Europeu para a Investigação Nuclear), uma das colaborações mais longas e bem-sucedidas da história da ciência.
Hoje em dia, graças à partilha de ideias, de conhecimentos e de custos durante décadas, a Europa continua a dominar a área da física das partículas. E esta não é a única coisa pela qual o CERN tem sido responsável… Então e a World Wide Web?
Foi em 1989, enquanto trabalhava no CERN, que Tim Berners-Lee, um cientista informático britânico, teve a ideia, para o ajudar a comunicar e a colaborar com os colegas de forma mais eficiente. Se avançarmos até aos dias de hoje, a Internet sustenta grande parte da nossa vida doméstica e laboral em todo o mundo.
Também estamos a utilizar a colaboração passada e presente para ajudar a informar o nosso futuro.
Uma “Mente Coletiva” descreve a colaboração em massa de muitas pessoas que trabalham em conjunto para resolver ou abordar um problema.
Nos últimos 200 anos, os capitães de mar de todo o mundo registaram diariamente o tempo e a temperatura do mar nos respetivos diários de bordo. Este vasto e inexplorado conhecimento é agora o foco de um enorme esforço de colaboração por parte de cientistas apoiados pelo público em geral. Há voluntários que se dedicam à localização de registos dos navios em arquivos, bibliotecas e coleções privadas, com vista a agruparem os dados meteorológicos e de temperatura do mar numa vasta base de dados. Os cientistas utilizarão então a base de dados para ajudar os oceanógrafos modernos a mapear e a medir as alterações da temperatura do mar à medida que o clima do planeta aquece.
Saiba mais sobre como a Hive Mind cria esta base de dados da temperatura do mar.
Dez Dicas de Topo para uma Colaboração Bem-sucedida
Aqui está a lista de verificação da Micro Oiseau, para garantir que toda a gente sai a ganhar!
1.A colaboração é o que você precisa?
A colaboração NÃO é uma forma de obter o que queremos de forma mais barata e mais fácil. Portanto, pense no seu objetivo. Poderia ser alcançado de outra forma? Por exemplo, através da frequência de um curso, da obtenção de um empréstimo, do recrutamento de mais pessoal ou ainda da subcontratação de serviços?
2.Avalie os riscos corridos versus a recompensa que obterá
A colaboração acarreta riscos. Demore o tempo de que precisar a rever qualquer proposta de colaboração e a calcular os riscos e recompensas para si e para o seu negócio. O que poderá ganhar e o que poderá perder? E, acima de tudo, está preparado para perder o quê? O tempo e o esforço que terá de investir valem as recompensas que procura? Vai virar as costas a isto ou dará um “salto de fé”?
3. Encontrar os parceiros certos
Os colaboradores certos não precisam de ser indivíduos iguais a si, mas devem respeitar as suas competências e forma de trabalhar. Muitas colaborações não levantam voo devido ao desencontro entre expetativas, objetivos, competências e recursos. Não vale a pena colaborar com alguém que não traga competências e recursos adicionais, que funcionem como um complemento àqueles que já têm, ou que pretenda simplesmente tirar partido de si. (Veja o ponto 1)
4. Quem é que já conhece?
Frequentemente, as melhores colaborações são com pessoas que já conhece. Mesmo quando o projeto requer novas formas de pensar. Se precisar de recursos ou competências diferentes, os seus colegas e atuais contactos podem ser, ou conhecer, as pessoas certas.
Larry Page conheceu Sergey Brin na Universidade de Stanford, onde o primeiro se ofereceu para fazer uma visita guiada ao campus com o segundo. Os dois jovens descobriram que tinham um interesse comum em algoritmos de pesquisas da Internet. Simpatizaram um com o outro e mantiveram-se em contacto. Alguns anos depois, Larry e Sergey juntaram-se e começaram a criar a empresa que se tornaria o Google.
Vá cultivando as suas pequenas ideias e as suas primeiras amizades. Quem sabe onde estas podem podem levá-lo.
5. Cheguem a um entendimento
A necessidade, a oportunidade e a colaboração podem criar coisas belas, diferentes e deliciosas!
Ben Cohen e Jerry Greenfield eram os melhores amigos desde a infância e, depois de saírem da faculdade, queriam estabelecer-se juntos no mundo dos negócios. Decidiram abrir uma loja de regueifas. Infelizmente, o equipamento era demasiado caro, portanto, em vez disso, optaram por fazer gelados. Fizeram um curso por correspondência de 5 dólares, sobre o fabrico de gelados e, em 1978, arrendaram uma antiga estação de serviço renovada. Pouco depois de a loja de Gelados Caseiros Ben e Jerry iniciar a sua atividade, e devido ao facto de Ben não ter um bom sentido do pequeno nem do sabor, concentraram-se em sabores intensos e em pedaços grandes. Tratava-se de uma preferência pessoal que viria a ser um sucesso entre os amantes de gelados de todo o mundo!
Stay true to your goals and the way you like to do things. There are others out there that will agree.
6. Cultive relações, confiança e regras básicas
As colaborações não acontecem entre algoritmos, sites nem organizações; acontecem entre pessoas, e o sucesso das mesmas advém da confiança e de um laço comum. Quando tiver identificado alguém com quem gostaria de colaborar, estabeleça regras básicas, e assegure-se de que compreende plenamente as competências e as responsabilidades de todos os envolvidos. Como lidar com os problemas? Quem contribuirá com o quê? Como serão as recompensas dividas?
Gabrielle Bonheur, mais conhecida como Coco Chanel, foi uma estilista francesa, tratando-se da fundadora da marca Chanel. Também é a única estilista incluída na lista das 100 pessoas mais influentes do século XX da revista Time. Por incrível que pareça, Coco só estava na posse de 10% do negócio dela. Os restantes 90% foram controlados por Pierre Wertheimer, o seu financiador. Coco tinha ambição, mas faltava-lhe o dinheiro. Wertheimer reconheceu o incrível potencial de Coco, mas não era um indivíduo artístico. Ao estabelecer uma parceria com Wertheimer, Coco manteve a totalidade do controlo criativo sobre a marca dela e teve acesso a conhecimentos financeiros, contactos comerciais e financiamento. Em última análise, tanto Coco como Pierre se tornaram muito ricos ao reconhecerem e respeitarem as competências um do outro, e ao colaborarem no âmbito do objetivo comum de alcançarem um sucesso global.
Na colaboração, não há lugar para egos. Há antes lugar para o respeito. Decida quais são os seus objetivos. Não serão sempre dinheiro.
7. Eliminar o que é tóxico
Isto acontece. Em qualquer colaboração, podem existir uma ou duas pessoas que não fazem o mesmo esforço que todas as restantes. Isto pode ser porque não têm as competências certas, porque estão demasiado ocupadas, pode dever-se a uma mudança das respetivas circunstâncias, ou talvez seja o mero resultado de serem demasiado preguiçosas! Seja por que motivo for, trata-se de algo que pode quebrar a confiança e arruinar um projeto. Neste caso, depois de falar sobre o assunto, ofereça uma segunda oportunidade, se esta lhe for pedida. Se a situação persistir, está na altura de cada um seguir o seu caminho. É importante não ignorar nem recompensar o mau desempenho, pois é algo de que se arrependerá.
8. Encontre os seus campeões e patrocinadores
Todas as pessoas precisam de apoiantes. Um “campeão” está ciente dos seus objetivos e é hábil no que diz respeito a cultivar relações com uma ótima rede própria. Poderão ajudar a manter o foco do projeto e a manter o ritmo. É ótimo tê-los por perto. Os patrocinadores são ótimos para apoiar e exibir o seu trabalho de modo a atrair financiamento, interesse e recursos. Certifique-se de que todos sabem as histórias das suas boas notícias, para poderem espalhar a palavra. Os seus patrocinadores também podem ser capazes de trazer a bordo mais colaboradores, caso precise.
9. Cuide da sua colaboração
A colaboração pode ser uma tarefa difícil. Mantenha o ritmo e, quando for necessário, traga novas pessoas a bordo. Se o fizer, certifique-se de que estas conhecem os seus valores e objetivos comuns, para ajudar a manter a energia positiva e consolidar os seus esforços. Fale regularmente com os seus colaboradores, para ver como se estão a sentir e, quando for necessário, aproveite a energia dos mesmos. Em troca, permita-lhes que façam o mesmo. Todos temos dias em que precisamos de uma mãozinha.
10. Meça, monitorize e fale sobre o vosso successo
Tanto as pequenas vitórias como as grandes vitórias são importantes para manter uma colaboração no caminho certo, portanto, celebre e fala sobre as mesmas. Os saltos de compreensão e os momentos de clareza, os marcos e os verdadeiros avanços. Use os seus Campeões e Patrocinadores, bem com as redes sociais e as redes pessoais para falar sobre o seu progresso. Meça e monitorize os resultados para saber como concentrar a sua comunicação da melhor forma.
Por fim, podemos aprender com grandes exemplos de colaboração existentes na natureza.
Os propósitos partilhados não são só uma coisa dos humanos
Os pássaros tecelões são uma inspiração para nós, aqui na Micro Oiseau. Podemos encontrar estas pequenas aves na África Austral, sendo que estas conseguem alcançar uma força e uma proteção de grupo através da construção colaborativa de enormes ninhos comunitários. À semelhança dos nossos blocos de apartamentos, os ninhos têm muitos níveis e ‘”divisões” de diferentes tamanhos, pelo que protegem as aves dos predadores, bem como do sol escaldante e das temperaturas noturnas geladas. Estes ninhos são alvo de uma manuntenção regular por parte das aves, e oferecem-lhe um lar seguro e feliz a gerações de aves.
A verdadeira colaboração significa que toda a gente sai a ganhar
Nos meses de inverno, nos quais a comida escasseia, os lobos e os corvos colaboram, para assegurar que todos saem alimentados. Ao voar em cículos muito acima do chão, os corvos conseguem detetar as presas dos lobos com mais facilidade. Quando as avistam, aterram nas proximidades e grasnam ruidosamente. As aves estão, de facto, a guiar os lobos até à refeição seguinte. Em troca, os lobos parecem não se importar que os corvos se banqueteiem com as carcaças que deixam para trás, e toleram a presença dos mesmos nas matanças.
Combinar competências diferentes significa abordagens diferentes com um só objetivo – sobrevivência
A formidável tarântula colombiana Xenesthis immanis poderia facilmente comer um animal tão pequeno como o sapo Chiasmocleis ventrimaculata, mas não o faz. De facto, a aranha gigante e o minúsculo sapo não se importam de partilhar o mesmo lar. Este estranho acordo doméstico desenvolveu-se porque os predadores que comem este sapos não se atrevem a entrar na toca de uma grande aranha de caça. Os pequenos sapos estão protegidos de ataques pela presença da aranha, e banqueteiam-se com os escaravelhos e as formigas que são atraídos pelas matanças da aranha – incluindo os pequenos insetos que se alimentam dos ovos da aranha. Assim, contrariamente à hipótese avançada por uma teoria mais antiga, de que o sapo era o animal de estimação da aranha, o que de facto sucede é o seguinte: o sapo está a proteger a próxima geração de tarântulas colombianas Xenesthis immanis que, por sua vez, assegurarão um lar seguro à próxima geração de Chiasmocleis ventrimaculata.
Nunca subestime o seu valor, nem pense que é demasiado pequeno para poder ter impacto.
“As coisas grandes são feitas através da combinação de uma série de coisas pequenas.” Vincent Van Gogh
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